Desde o início da pandemia de COVID-19 que o mercado dos smartphones tem sofrido oscilações muito fortes. O impacto maior é nas marcas mais expostas, mas afeta também os consumidores e toda a cadeia associada à sua produção.
Uma análise recente veio mostrar que no final de 2022, há ainda marcas a abrandar nas vendas e, principalmente, nos seus lucros. Os dados do 3.º trimestre de 2022 mostram que mesmo com os preços a aumentar 10%, a receita global das vendas caiu 3%.
Não tem sido simples a recuperação do mercado dos smartphones e em especial das suas vendas. Inicialmente abrandaram por razões que todos conhecem, mas seguiu-se um período em que toda a cadeia de produção foi afetada de forma muito significativa.
Agora, no 3.º trimestre de 2022, os dados continuam a mostrar uma fragilidade grande e apenas a Xiaomi e a Apple parecem conseguir crescer nas vendas e nos preços praticados. Os números são claros e a informação da Counterpoint detalha este cenário.
Em primeiro lugar, mostra que a receita do mercado global de smartphones caiu 3% em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo agora os 100 mil milhões de dólares. Já preço médio de venda (ASP) registou um crescimento de 10% em relação ao ano anterior, devido à maior segurança do segmento premium face à incerteza económica.
A Apple viu um crescimento da receita anual de 10% e um crescimento do preço médio de venda de 7% no terceiro trimestre de 2022. Isso deve-se em parte ao lançamento do iPhone 14, bem como dos modelos Pro, especialmente da geração anterior, que continuam com vendas elevadas.
A receita da Xiaomi cresceu 4% em relação ao ano anterior, em parte graças aos modelos da gama média e baixa. A parte das vendas na zona de preços acima de 300 dólares caiu cerca de 1,5%. Houve, no entanto, uma mudança significativa de algumas gamas de preços, o que fez crescer em 14% o preço médio de venda da marca, ficando agora nos 205 dólares.
A Samsung, ainda que se mantenha como uma das mais lucrativas do mercado, viu uma quebra de 4% em relação ao ano anterior, ainda que tenha aumentado o preço médio em 2%. A OPPO (e a OnePlus) tiveram um cenário de quebra no preço médio e receita de 5% e 27%, respetivamente, em relação ao ano anterior.